A alimentação e a medicina no mundo antigo



História da Alimentação



Há hoje um interesse crescente pela história da alimentação, fazendo com que a gastronomia não se restrinja à cozinha e passe a ser objecto de estudo com a devida atenção ao imaginário, ao simbólico, às representações e às diversas formas de sociabilidade activa. 


Nesse sentido, a questão da alimentação deve situar-se no centro das atenções dos historiadores e de reflexões sobre a evolução da sociedade, pois a História é a disciplina que oferece um suporte fundamental e projecta perspectivas.



As cozinhas locais, regionais, nacionais e internacionais são produtos da miscelânea cultural, fazendo com que a culinária revele vestígios de trocas culturais. 

Hoje, os estudos sobre a comida e a alimentação invadem as ciências humanas, a partir da premissa que a formação do gosto alimentar não se dá, exclusivamente, pelo seu aspecto nutricional, biológico. 

O alimento constitui uma categoria histórica, pois os padrões de permanência e mudanças dos hábitos e práticas alimentares têm referências na própria dinâmica social. 

Os alimentos não são somente alimentos. Alimentar-se é um acto nutricional, comer é um acto social, pois constitui atitudes, ligadas aos usos, costumes, protocolos, condutas e situações. 

A historicidade da sensibilidade gastronómica explica e é explicada pelas manifestações culturais e sociais, como espelho de uma época. Nesse sentido, o que se come é tão importante quanto quando se come, onde se come, como se come e com quem se come. 

Enfim, este é lugar da alimentação na História.
A História oferece (nos domínios da alimentação) uma contribuição fundamental das perspectivas sobre o futuro. Os estudos de longa duração entre o meio e a sociedade, tendo o passado como espelho, contribuem de maneira substancial para propor os elementos e as respostas aos problemas contemporâneos que envolvem a alimentação. 

Indispensável a uma melhor compreensão do presente, a história mostra em que termos são propostas - ao longo do tempo e pelo mundo todo – as questões como as da subsistência e da saúde, da segurança e dos medos, das proibições e dos gostos e das sensibilidades alimentares.



A alimentação tem como função satisfazer as necessidades do organismo, bem como o acto social, que se caracteriza pelo acto de comer, em que se criam regras e hábitos capazes de determinar uma sociedade ou cultura.



Podemos associar a cozinha e as técnicas culinárias à linguagem. A cozinha tem de obedecer a determinadas regras que se relacionam com o contexto social, cultural e a época onde se encontram. 

Para determinadas sociedades a alimentação das outras não faz sentido, mas deve ser respeitada. A alimentação é muito importante, visto que condicionam o dia-a-dia e o comportamento das pessoas. Por exemplo, nos países mediterrânicos, a alimentação leva as pessoas a terem diariamente comportamentos como, por exemplo, sentar à mesa, calmamente, e comer varias vezes ao dia.



A descoberta do fogo no Paleolítico foi importante a nível alimentar, uma vez que contribuiu para a cozedura dos alimentos atribuindo-lhes um enorme valor nutricional, possibilitando uma enorme diversidade de alimentos, sobretudo as plantas, que eram tóxicas quando cruas e se tornavam comestíveis depois de cozinhadas. A nível de comportamentos sociais, o fogo contribuiu para o desenvolvimento das actividades comuns, bem como a realização de refeições em conjunto e a divisão de trabalho (comensalismo).


Dieta mediterrânica

Este termo foi introduzido recentemente para descrever o regime alimentar no final da década de 50 inicio de 60. É uma dieta considerada equilibrada e saudável. Esta dieta caracteriza-se por:



 Elevado consumo de hidratos de carbono complexos

 Fibras, vitaminas e minerais

 Vários antioxidantes

 Baixo consumo de alimentos ricos em gordura saturada e de grande valor calórico

 Azeite

 Cereais (principal fonte de energia e controla a sensação de fome: arroz, pães, massas)

 Frutas e vegetais (fornece vitamina E e C, minerais, compostos antioxidantes, baixo valor calórico, previnem o cancro e auxiliam na redução do colesterol)

 Legumes (regulam o funcionamento intestinal, evitam o cancro do cólon e recto e diminuem os níveis do colesterol: lentilhas, favas, feijão e grão-de-bico)

 Vinho (de boa qualidade e em quantidades moderadas)

 Peixe (ómega 3)

 Frutas oleogenosas (nozes, amêndoas e castanhas possuem ácidos gordos, evitam a alta concentração de colesterol – LDL – possuem antioxidantes, combatem o envelhecimento celular e auxiliam na prevenção do cancro; devem ser ingeridas com moderação, devido ao seu elevado teor calórico)

 Salsa, cebola, couve-roxa, tomate, morangos, laranjas, uvas “pretas”

 Carnes de aves e carnes magras



O uso de ervas e especiarias contribuiu para a redução da ingestão de sal, diminuindo o risco para hipertensão. Estas são ricas na produção de micronutrientes que fomentam as actividades antioxidantes e possuem efeitos anti-inflamatórios.

A civilização egípcia, grega e romana têm uma alimentação semelhante, devido à semelhança na localização e no clima.



A alimentação e a medicina no mundo antigo:



 Os alimentos têm uma qualidade intrínseca que terá muita importância para a saúde.

 No tempo dos romanos já se colocavam questões de dietética, sendo esta uma parte da medicina essencialmente reservada às pessoas ricas, que podiam dedicar tempo e dinheiro à saúde. As pessoas menos afortunadas recorrem aos remédios e à cirurgia que, num tempo curto, desenvolvem a saúde ou, ainda e com mais frequência, apressam a morte.

 Na altura dava-se importância ao comportamento humano, o que a pessoa fazia, o esforço, o desporto, a profissão, etc. Tal aspecto perdeu-se nos dias de hoje, o que nos faz caminhar para um insucesso imediato porque as alterações nas refeições têm que ser muito bem estudadas para, aos poucos e poucos, irmos mudando de hábitos. Os romanos davam muita atenção a este aspecto.

 Também um aspecto importante é o da confecção dos alimentos. Havia regras para uma alimentação, pois era o único aspecto da medicina nestes tempos. Insistiam na moderação e variedade.

 A recomendação personalizada tendo em conta as características da pessoa, os alimentos da época e o clima.

 Havia dietas para pessoas doentes, já que, como foi referido, a alimentação era a medicina na altura.

Assim, salientamos que as características fundamentais no que diz respeito à alimentação, e que devemos ter sempre em consideração, são a variedade, a personalização, a flexibilidade, a moderação e a preferência pelos alimentos cozinhados e digestos.


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